Ontem, na turma das 7, o Shavasana
foi tão profundo, que me inspirou a escrever sobre, para melhor entender a sua profundidade.
Segundo Guru-ji, Shavasana
é uma postura difícil de aperfeiçoar. Cada parte do corpo está posicionada
corretamente para alcançar um relaxamento total. Não é simplesmente deitar de
costas com a mente vazia e congelada, nem deve terminar em ronco. Quando você
pratica essa postura, os órgãos da percepção – os olhos, os ouvidos e a língua
– recolhem do mundo externo. Ainda tem que haver união entre o corpo, a
respiração, a mente e o intelecto, e esses quatro têm que se curvar
respeitosamente diante do Atma (ser
próprio). “A quietude da postura não é meditação, mas reflete a maestria de ser
próprio interno e uma entrega a uma consciência mais elevada e sublime”.
Esse estado é alcançado pela disciplina controlada do corpo,
dos sentidos e da mente.
A prática preparatória para yoga, que atenua os kleshas (aflições e causas às misérias
da vida) e produz o samadhi (estado
de iluminação), é kriya-yoga, como
descrito nos sutras do Patanjali números II.1 e II.2. Kriya-yoga consiste em tapas, que se relaciona com a vontade e
cria disciplina, svadhyaya que é o
estudo do ser próprio e dos textos antigos e que trabalha o intelecto, e ishvara pranidhana, que concerne às
emoções e leva à entrega.
Acredito eu, que se a própria prática de ásanas tem tapas e svadhyaya, e nós
fizemos uma tentativa sincera de entregar o intelecto da mente ao intelecto do
coração no começo da nossa prática, então seremos abençoados com ishvara pranidhana no nosso Shavasana.
Posso, portanto, supor, que os alunos que ontem chegaram a
esse estado profundo, tem praticado o suficiente para já ter bastante
disciplina (e quem ainda não tiver....anda, entra na linha! – vale a pena....).
A aula em si conteve aberturas do frente do corpo (mini backbends) que muitas
vezes eu vejo afetar as emoções com mais intensidade que outros grupos de
posturas, e também fizemos várias paradas para estudar algumas posturas em mais
detalhe. Será, então, simples assim, como o Patanjali fala, que é só praticar e
seguir as dicas, que samadhi vem? A
prática dedicada de vocês foi sincera o suficiente, com disciplina, auto estudo
e entrega para chamar atenção do Ishvara?
Dúvidas a parte, abençoada seja eu, de estar presenciando e
me banhando em tanta luz.
Agradecida.
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