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Emancipação iluminada, liberdade, pura e imaculada felicidade o esperam, mas você tem que escolher a embarcar na jornada interior para descobri-lo.
B.K.S Iyengar


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lua Cheia



Na tradição do ashtanga vinyasa do Patthabi Jois não se pratica nem na lua nova nem na cheia. O motivo, explica o professor americano Tias Little, é porque como somos constituídos na maior parte de água, também somos influenciados pela lua, como as marés. Na lua nova, como o puxar da lua é o menos forte, podemos nos encontrar sem motivação, nos sentindo sugados de energia, pesados e fracos. Na lua cheia, por outro lado, com o puxar da lua mais forte, o prana (força vital) sobe na direção da cabeça e nos deixa sujeitos a nos empurrar além dos nossos limites, e se praticar, a chance de se machucar aumenta.

A professora de Iyengar, Karin O’Bannon, fala o seguinte : “Minha mente, como a lua, tem as suas fases enquanto ela passa através dos citta vrtti-s(flutuações da consciência), panca klesa-s (cinco aflições), antaraya-s (obstáculos) e triguna-s (três qualidades da natureza). Essas fazem como que a mente fica vacilante e limitada. A lua tem a capacidade de ser completa bem como limitada pelas suas fases. Quando cheia; a lua reflete todo o esplendor do sol. Minha mente também pode entrar em um estado de brilho quando eu reflito a pureza da Verdade Absoluta. A lua não vai de nova para cheia em uma noite só, mas segue um movimento rítmico de transição de fase para fase. Minha mente tem que encontrar o método dela para se mover de um estado de dispersão, parangachetana, para pratyakcetana, um estado de introspecção.”

Temos usado essa semana, portanto, para práticas mais restaurativas, introspectivas e hoje com um pouco de pranayama. Queríamos usar a imagem da lua cheia linda de ontem como inspiração para tornar a nossa própria mente tão sem sujeiras, véus, sombras e tal, que pudesse refletir toda a luz da consciência cósmica (Verdade Absoluta, Deus, ishvara ou qualquer outro nome que você escolha de chamá-lo). Mais cedo na semana nós nos demos um tempo em shavasana para abandonar os cinco klesha-s(como a existência dessas qualidades, segundo Patanjali, é um dos obstáculos para o brilho eterno da nossa mente): avidya, a ignorância; asmita, o amor do próprio ego; raga, o desejo; dvesha, a aversão e abhinivesha, o medo da morte.

Simples assim. Abandonamos. ;)

Hoje fizemos um esforço para sentir dentro de cada um de nós, qual dos guna-s (mais obstáculos no nosso caminho) é predominante. Depois fizemos uma resolução interna, de continuar as nossas praticas de tal forma que atenua o guna predominante e equilibra os três. Básicamente, o guna vata, ar, faz como que seus olhos não conseguem ficar fechados em shavasana ou outras posturas restaurativas, faz você se mexer e se ajeitar sem parar. Práticas apropriadas seriam posturas em pé com permanências longas que criam calor e aterram os pés. Venha para aula andando a pé, lentamente, ou então de bicicleta mais lentamente ainda. O guna pitta, calor, faz a sua mente correr em mil quando você está lá deitado fazendo aparentemente nada. Se pitta for desequilibrado, você talvez começa a xingar o professor, pelo menos internamente, por prende-lo nessa postura inútil. Você precisa ficar exatamente aí, até sua figura se acalmar!!! Venha para prática andando a pé, lentamente, parando nos sinais, sem atropelar ninguém ao caminho. E o guna kapha ficou lá em supta baddha konasana (postura do ângulo fechado, deitada), completamente em paz, feliz da vida de estar parado, que bom, que gostoso, eu acho que isso é bom yoga mesmo.....mas de repente não é mais yoga, é o sono que pegou! Para esse praticante, o “remédio” é levantar e participar muito nas práticas mais ativas, se esforçar de vir para aula todos os dias e de preferência vir andando rápido, ou então de bicicleta. Deixe o carro descansar na garagem.

Om.



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