Quote

Emancipação iluminada, liberdade, pura e imaculada felicidade o esperam, mas você tem que escolher a embarcar na jornada interior para descobri-lo.
B.K.S Iyengar


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Retiro Caipira Yogi-style

Retiro Iyengar Yoga com Festa Junina: venha praticar iyengar yoga e curtir fogueira, quentão virgem, paçoca, pamonha, churrasco vegetariano e com direito a forró e documentário da cultura nordestina (pipoca e lareira!).

Nas práticas de asana, uma na sexta a noite, duas praticas no sábado e uma de manhã domingo, vamos explorar tadasana - para que todos saiam com uma postura melhor. Teremos também pranayama e, claro, meditação.

O pacote para o fim de semana fica em R$400 por pessoa e inclui hospedagem, 3 refeições, yoga e meditação, sauna e piscina, trilhas e cachoeiras, forró e documentário.

Faça sua inscrição já!!!!

Dulce: goaspabrasil.dulce@gmail.com ou 21 - 2521 1603
ou Priya: priya.yoga@yahoo.com.br ou 21 - 9974 5946

quarta-feira, 19 de junho de 2013

YAMA - disciplina ética - nas posturas

Na prática de Iyengar yoga, tem muito foco em alinhar. Alinhar o lado direito com o esquerdo, o frente com de trás, esticar os braços com a mesma intensidade que as pernas, até nos pranayama queremos sentir que os dois pulmões respiram homogeneamente. Porque essa obsessão com alinhamento? Será que é tão importante assim, mesmo? Já vimos que somos todos tortos, que o alinhamento perfeito não existe mesmo, então qual é de querer algo que sabemos impossível?

Além do alinhamento ser um foco ótimo para 'prender' nossa mente no momento presente, no livro "A Árvore da Yoga" o Iyengar revela para nós como o alinhamento nós faz trabalhar a não-violência (ahimsa) dentro de nós, e assim atua como o ponto de partida de todos os yamas.

Eu só tenho o livro em inglês, me permiti de traduzir o capítulo chamado "As raízes" que explica melhor (perdoa-me qualquer falha na tradução, se tiver dúvida por favor não hesite em me falar):





  "Todos os oito membros de yoga existem dentro da prática de asana (posturas, Priya com.). O primeiro membro de yoga é yama, que é comparado ás raízes da árvore porque é a fundação da qual todo o resto cresce. Vejamos como os princípios de yama são presentes no desempenho de asana

 Como já falamos, yama contem os princípios de ahimsa, ou não-violência, satya, ou veracidade, asteya, ou liberdade de avareza, brahmacharya, ou controle dos prazeres sensuais e aparigraha, ou não-cobiça. Suponha que no desempenho de asana você está alongando mais no lado direito e menos no esquerdo. Um estado antiético está se pondo no seu corpo. Tem violência no lado direito onde você está alongando mais, e o lado esquerdo, onde o alongamento está menos, parece ser não-violento. No lado direito, você está sendo violento porque está dizendo, ‘faça tanto quanto você puder! Alongue o tanto quanto você puder!’. É uma violência deliberada porque você está estirando demais. No lado esquerdo, onde você não está estirando tanto, talvez você tenha a idéia que você não está sendo violento. Mas um praticante inteligente de yoga observa que ao mesmo tempo em que ele está conscientemente violentando um lado, az e estira além, você está usando ao mesmo tempo ele também está fazendo violência inconscientemente no outro lado. Porque o lado direito está mais capaz, você está fazendo bom uso das células do corpo naquele lado, enquanto no lado esquerdo você não está usando plenamente suas células. Embora possa parecer não-violento, também é violência visto que as células morrerão quando elas não executarão as próprias funções. Um lado, portanto, manifesta violência deliberada, e o outro lado violência não-deliberada. 

  Se você estira o lado direito mais, e se o lado esquerdo não estira tanto, você não deveria observar a dualidade entre o direito e o esquerdo e fazer uso do lado esquerdo inteligentemente para estar á par com o direito? Isso é conhecido como equilibrando violência e não-violência, e nesse momento tanto a violência quanto a não-violência desaparecem. O que é necessário é a integração entre o lado direito e esquerdo do corpo e nesse equilíbrio entre os dois lados existe a verdadeira não-violência. 

   Quando o lado direito e esquerdo estão integrados, há verdade, que é o segundo princípio de yama. Você não precisa observar verdade, você já está em verdade, porque você não está escapando pelo falhar de realizar [o asana] no lado mais fraco. E quando tiver estiramento total no asana, tem uma tremenda compreensão e comunicação entre as cinco camadas do corpo do físico para o espiritual e do espiritual na direção do físico.  Portanto, tem controle das sensações físicas, flutuações mentais e contemplação intelectual e isso é brahmacharya. Brahmacharya significa que a alma se movimenta com sua ação. Quando tem unicidade da alma com a moção, isso é conhecido como brahmacharya.

  Como você está dando total atenção á realizar igualmente no lado direito e esquerdo, não há apego ou avareza, porque quando a alma está movendo-se com a inteligência do corpo, não há nada a possuir, nada a procurar. Há também liberdade da ganância, porque quando a motivação desaparece; assim também faz possessão, e com não-possessão, a cobiça também chega ao fim. 

  Esses são os princípios de yama como eles aparecem no desempenho de cada um dos asana. Isso é o que é conhecido como disciplina ética no desempenho de asana." 

BKS Iyengar em vrksasana

quinta-feira, 13 de junho de 2013

As articulações coxo-femurais - os quadris


Comparando com qualquer outro mamífero, a maneira como o ser humano se movimenta é único. Mas a postura ereta não é a mais eficiente para mover-se: o menor empurre é o suficiente para fazer-nos perder o nosso equilíbrio. De fato, andar não é nada mais do que uma constante tentativa de evitar uma queda. Portanto, testes metabólicos já provaram que nós queimamos mais energia dormindo do que passeando devagar. Isso é possível porque as forças estão perfeitamente balanceadas. Esse balanceamento é produzido pelas estruturas anatômicas envolvidas em mantendo uma postura ereta. A coluna vertebral tem um papel essencial e muito importante, mas o quadril, o joelho e o pé são as partes do corpo que têm que suportar a maior parte dos estressores mecânicos.  Essas estruturas anatômicas passaram pelas mudanças evolucionarias mais marcantes do todo o corpo, desde que nós éramos macacos andando de quatro e até agora, sendo yoguis e querendo ficar mais humanos - eretos e majestosos - a cada ano. Crença minha que, quanto mais alinhados e encaixados seremos menos energia gastaremos fazendo coisas comuns, como andar e sentar, e sobrará mais para outras atividades como meditar e salvar o mundo!                                         
                                           
Essas semanas eu estou explorando mais em detalhe os encaixes dos quadris em posturas em pé (utthista sthiti), posturas sentadas (upavista sthiti) e posturas com extensão da coluna para trás (purva pratana sthiti). Especificamente eu estou procurando a tal da entrada da cabeça do fêmur. Para criar estabilidade nos quadris e poder alongar a coluna, para que ela possa virar na direção que desejamos, as cabeças dos fêmures primeiro têm que entrar e o quadril se compactar. Mas o que significa mesmo entrar com a cabeça do fêmur e como fazer? Vamos ver:
 
O fêmur é o osso mais comprido do nosso corpo, na extremidade baixa ele faz parte do joelho e na extremidade alta, ele tem um pescoço, o colo, que

 sai para o lado e termina em uma cabeça careca que encaixa na pelve dentro de uma fossa, o acetábulo, em um ângulo de fora para dentro e no 
diagonal de frente para trás. Essa articulação, aliás, 
do fêmur com a pelve, é a articulação coxo-femural,
 comumente conhecido como o quadril.


 O encaixe tão importante desse osso começa em aulas básicas, com o professor insistindo em que você trague a nádega da perna direita para frente, e o tronco e cabeça para trás em posturas como trikonasana e virabhadrasana II. Para que isso possa acontecer, primeiro você teve que girar a coxa para fora, até criar uma linha reta passando pelo meio do pé, centro do joelho e o meio da coxa, sem deixar que a borda interna do pé fique leve no chão. Isso vai fortalecer os músculos que giram o fêmur para fora, dentro dos quais o mais conhecido é o piriformis – músculo pequeno que muitas vezes fica tenso demais e pode causar ciática.

- “Ah, beleza, você pensa, eu estou indo bem então, pois ando já com os pés virados muito para fora!”

E na próxima aula, o professor, ainda querendo ajudar a fortalecer seus quadris pelo encaixe do fêmur, pede para que você alinhe as bordas externas dos seus pés quando em tadasana e ainda que você gire a coxa para dentro, sem arrebitar o bumbum - parece que os pés também giraram para dentro! Mas que postura estranha! Isso trabalha os músculos que giram o fêmur medialmente, ou para dentro, sendo esses os glúteos medius e minimus.
E nas aulas mais avançadas, em adho mukha svanasana, por exemplo, o professor pede que você gire a coxa para dentro e para fora tudo ao mesmo tempo e assim compacte os quadris. Alguns professores falam em levar o trochanter (maior) para frente e o cóccix para baixo e para dentro. O trochanter maior é a parte do osso de onde sai o colo do fêmur, ou seja, a parte do osso que fica para fora quando a cabeça entra no acetábulo. O cóccix é o final da coluna, o começo do rabo que quando éramos macacos ainda tínhamos.

O professor americano de iyengar yoga Manuso Manos pede para olhar suas pernas quando sentado em dandasana. Se olhar a lateral externa das pernas,
vemos que a perna vem seguindo uma linha mais ou menos reta, até chegar perto da bacia, onde a linha desvia para fora, em forma de uma abóbora. Diz Manos, que precisamos tornar essa abóbora em um pepino longo e fino!

Para treinar como fazer isso tudo ao mesmo tempo, e finalmente sentir firmeza na articulação coxo-femural, a firmeza que vai permitir como que a coluna se estenda para cima com a mesma segurança que uma planta atravessa o solo para crescer na direção do sol, colocamos ontem um tijolinho entre o alto das coxas, e outro entre os calcanhares em adho mukha svanasana e uttanasana. Seguramos com força o tijolo entre as coxas, e pelos músculos internos das coxas, levamos o tijolo para traz (rotação interna) e então fizemos força no tijolo de baixo com os calcanhares e levamos os ligamentos externos dos joelhos para trás (rotação externa). Depois fizemos a mesma coisa em setu bandha com os joelhos dobrados e o sacro apoiado em um terceiro tijolo. Giramos as coxas para dentro (bordas externas dos pés alinhadíssimas!), segurando e levando o tijolo na direção do chão e então apertando o tijolo entre os calcanhares também. Em setu bandha nós ainda levamos o peso na direção das bolas dos pés e vimos como a bacia ficou leve de tão compactos os quadris - o sacro até saiu do tijolo. Sem incômodo na lombar! Desvendamos assim um dos segredos das extensões da coluna seguras e sem dor. Será que conseguiremos usar esses mesmos alinhamentos para fazer um supta virasana confortavelmente e sem dor na lombar? Vamos tentar amanhã!



Grata pela origem da foto: http://www.yogalac.ch/asanas%20L2.html

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Jogue o copo no mar!

Agostinho foi um grande santo do Cristianismo que passou a vida inteira procurando a paz interior. Buscou satifacão nos prazeres dos sentidos. Comeu e bebeu em demasia e experimentou várias outras coisas na vida.
Também segiu diferentes práticas espirituais, mas sempre permanecia insatisfeito. Em sua busca, foi de uma cidade a outra, de uma floresta a outra. Estudou todos os livros disponíveis sobre religião e ciência até que, finalmente, o fardo de todo o conhecimento adquirido tornou-se insuportavelmente pesado. Porém, ele ainda não encontrara a paz.

Certo dia, quando Agostinho passeava na beira da praia, viu um menino em pé na areia, com um copo na mão. O garoto parecia muito preocupado e ansioso. Agostinho imaginou o que pensaria um menino tão pequeno.


Assim, ele se aproximou do garoto e perguntou:

- O que há com você? Porque está tão deprimido?

- Estou tentando descobrir como posso fazer o oceano caber no meu copo – respondeu o garoto. –Mas, apesar de tudo que faço, não consigo pôr o mar dentro dele. Ele é tão grande e meu copo tão pequeno.

- Então, por que simplesmente não joga o copo no oceano? – disse Agostinho.

Quando pronunciou estas palavras, Agostinho teve um rasgo de inspiração interior. Compreendeu que fazia exatamente o mesmo que aquele menino. Estava procurando conter toda a felicidade infinita de Deus no pequeno copo de sua compreensão individual do “Eu”. No momento em que percebeu isso, jogou fora o copo do seu ego. Imediatamente descobriu que podia conter o oceano. Percebeu sua unidade com Deus.

Extrato do livro "Encontrei a vida" do Swami Muktananda

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Queridos, namaste!


Depois do retiro muito esclarecedor na Semana Santa, vamos repetir a dose no feriado do Corpus Christi.

Venha compartilhar - além de respirar o ar puro das montanhas da região de Visconde de Mauá, andar nas trilhas, conhecer cachoeiras, horta, pomar e roçado orgânicos, ouvir a sinfonia dos pássaros, descansar muito e recarregar as baterias para transformar-se.

Neste retiro vamos aproveitar do novo material que a Dulce tem adquerido para o yoga shala - as cadeiras, bolsteres e koruntas - para explorar o abrir do coração através das extensões da coluna, os "backbends". Vamos fazer meditações sufi e da tradição kundalini, também com o foco no abrir do chakra do coração, e os pranayamas como sempre, feitos com muita consciência e bem devagar para não irritar o sistema nervoso. 
O chef Paulo Ceotto vai, como sempre, cuidar da nossa alimentação que continua sendo vegetariana, e dessa vez com bastante "comfort food", para alimentar a barriga e esquentar a alma.
Teremos como sempre terapias e massagens, sauna finlandesa e piscina natural.
 
Visite o site da pousada: www.goaspabrasil.com.br
Priya: yogagora.blogspot.com.br

O pacote do retiro de 29 de maio a 02 de junho é de: R$800 por pessoa, suites compartilhadas por 4 noites ou R$200 p/ dia p/ pessoa ou ainda pacote de R$1200 por pessoa em quartos individuais, R$300 por dia. Chalés e suites para casais ou 2 pessoas: pacote de 4 dias. R$1600. Incluidos no pacote: 3 refeições, sauna finlandesa e piscina natural, yoga e meditação.
Para fazer sua reserva, mande um e-mail para mim, ou então direto para a Dulce, dona da pousada: goaspabrasil.dulce@gmail.com
Espero ver você aí!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lua Cheia



Na tradição do ashtanga vinyasa do Patthabi Jois não se pratica nem na lua nova nem na cheia. O motivo, explica o professor americano Tias Little, é porque como somos constituídos na maior parte de água, também somos influenciados pela lua, como as marés. Na lua nova, como o puxar da lua é o menos forte, podemos nos encontrar sem motivação, nos sentindo sugados de energia, pesados e fracos. Na lua cheia, por outro lado, com o puxar da lua mais forte, o prana (força vital) sobe na direção da cabeça e nos deixa sujeitos a nos empurrar além dos nossos limites, e se praticar, a chance de se machucar aumenta.

A professora de Iyengar, Karin O’Bannon, fala o seguinte : “Minha mente, como a lua, tem as suas fases enquanto ela passa através dos citta vrtti-s(flutuações da consciência), panca klesa-s (cinco aflições), antaraya-s (obstáculos) e triguna-s (três qualidades da natureza). Essas fazem como que a mente fica vacilante e limitada. A lua tem a capacidade de ser completa bem como limitada pelas suas fases. Quando cheia; a lua reflete todo o esplendor do sol. Minha mente também pode entrar em um estado de brilho quando eu reflito a pureza da Verdade Absoluta. A lua não vai de nova para cheia em uma noite só, mas segue um movimento rítmico de transição de fase para fase. Minha mente tem que encontrar o método dela para se mover de um estado de dispersão, parangachetana, para pratyakcetana, um estado de introspecção.”

Temos usado essa semana, portanto, para práticas mais restaurativas, introspectivas e hoje com um pouco de pranayama. Queríamos usar a imagem da lua cheia linda de ontem como inspiração para tornar a nossa própria mente tão sem sujeiras, véus, sombras e tal, que pudesse refletir toda a luz da consciência cósmica (Verdade Absoluta, Deus, ishvara ou qualquer outro nome que você escolha de chamá-lo). Mais cedo na semana nós nos demos um tempo em shavasana para abandonar os cinco klesha-s(como a existência dessas qualidades, segundo Patanjali, é um dos obstáculos para o brilho eterno da nossa mente): avidya, a ignorância; asmita, o amor do próprio ego; raga, o desejo; dvesha, a aversão e abhinivesha, o medo da morte.

Simples assim. Abandonamos. ;)

Hoje fizemos um esforço para sentir dentro de cada um de nós, qual dos guna-s (mais obstáculos no nosso caminho) é predominante. Depois fizemos uma resolução interna, de continuar as nossas praticas de tal forma que atenua o guna predominante e equilibra os três. Básicamente, o guna vata, ar, faz como que seus olhos não conseguem ficar fechados em shavasana ou outras posturas restaurativas, faz você se mexer e se ajeitar sem parar. Práticas apropriadas seriam posturas em pé com permanências longas que criam calor e aterram os pés. Venha para aula andando a pé, lentamente, ou então de bicicleta mais lentamente ainda. O guna pitta, calor, faz a sua mente correr em mil quando você está lá deitado fazendo aparentemente nada. Se pitta for desequilibrado, você talvez começa a xingar o professor, pelo menos internamente, por prende-lo nessa postura inútil. Você precisa ficar exatamente aí, até sua figura se acalmar!!! Venha para prática andando a pé, lentamente, parando nos sinais, sem atropelar ninguém ao caminho. E o guna kapha ficou lá em supta baddha konasana (postura do ângulo fechado, deitada), completamente em paz, feliz da vida de estar parado, que bom, que gostoso, eu acho que isso é bom yoga mesmo.....mas de repente não é mais yoga, é o sono que pegou! Para esse praticante, o “remédio” é levantar e participar muito nas práticas mais ativas, se esforçar de vir para aula todos os dias e de preferência vir andando rápido, ou então de bicicleta. Deixe o carro descansar na garagem.

Om.



quinta-feira, 18 de abril de 2013

Shavasana



Ontem, na turma das 7, o Shavasana foi tão profundo, que me inspirou a escrever sobre,  para melhor entender a sua profundidade.


Segundo Guru-ji, Shavasana é uma postura difícil de aperfeiçoar. Cada parte do corpo está posicionada corretamente para alcançar um relaxamento total. Não é simplesmente deitar de costas com a mente vazia e congelada, nem deve terminar em ronco. Quando você pratica essa postura, os órgãos da percepção – os olhos, os ouvidos e a língua – recolhem do mundo externo. Ainda tem que haver união entre o corpo, a respiração, a mente e o intelecto, e esses quatro têm que se curvar respeitosamente diante do Atma (ser próprio). “A quietude da postura não é meditação, mas reflete a maestria de ser próprio interno e uma entrega a uma consciência mais elevada e sublime”.

Esse estado é alcançado pela disciplina controlada do corpo, dos sentidos e da mente.

A prática preparatória para yoga, que atenua os kleshas (aflições e causas às misérias da vida) e produz o samadhi (estado de iluminação), é kriya-yoga, como descrito nos sutras do Patanjali números II.1 e II.2. Kriya-yoga consiste em tapas, que se relaciona com a vontade e cria disciplina, svadhyaya que é o estudo do ser próprio e dos textos antigos e que trabalha o intelecto, e ishvara pranidhana, que concerne às emoções e leva à entrega.

Acredito eu, que se a própria prática de ásanas tem tapas e svadhyaya, e nós fizemos uma tentativa sincera de entregar o intelecto da mente ao intelecto do coração no começo da nossa prática, então seremos abençoados com ishvara pranidhana no nosso Shavasana.

Posso, portanto, supor, que os alunos que ontem chegaram a esse estado profundo, tem praticado o suficiente para já ter bastante disciplina (e quem ainda não tiver....anda, entra na linha! – vale a pena....). A aula em si conteve aberturas do frente do corpo (mini backbends) que muitas vezes eu vejo afetar as emoções com mais intensidade que outros grupos de posturas, e também fizemos várias paradas para estudar algumas posturas em mais detalhe. Será, então, simples assim, como o Patanjali fala, que é só praticar e seguir as dicas, que samadhi vem? A prática dedicada de vocês foi sincera o suficiente, com disciplina, auto estudo e entrega para chamar atenção do Ishvara?

Dúvidas a parte, abençoada seja eu, de estar presenciando e me banhando em tanta luz.

Agradecida.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ilio psoas, Navasana e UPP


Essa semana nós trabalhamos com os Paschima Pratana Sthiti, ou posturas sentadas com extensão da coluna para frente. Na verdade, não temos ainda chegado além das posturas abdominais, que preparam para as extensões, mas essas posturas, tais como Urdhva Prasarita Padasana (deitado com pernas esticadas levantando e descendo) e todas as variações do Navasana (postura do barco) já têm nos dado um trabalho e tanto!!!

  No Light On Yoga, Guru-ji fala sobre Urdhva Prasarita Padasana, que é um exercício maravilhoso para reduzir as gorduras do abdômen, que fortalece a região lombar da coluna, tonifica os órgãos abdominais e alivia problemas gástricos e flatulência. Agora, qualquer um que já praticou essa seqüência de levanta-desce das pernas sabe que chega um ponto na descida, em que as pernas parecem ficar pesadas demais, e a bacia “cai” para frente e a lombar começa a doer por estar se curvando além do limite para dentro. A Ida Rolf, criadora do método Structural Integration, explica esse acontecimento, não só pelo simples fato dos músculos abdominais (rectus abdominis, transversais e oblíquos) serem fracos, mas também porque nos UPP (e também em Paripurna, ou completa, Navasana), a maior força está exigida no ílio psoas, e que a dificuldade de manter a lombar no chão ao descer as pernas, vem de um ílio psoas hipertônico, ou seja, tenso. Ílio psoas são de fato dois músculos que nós consideramos como um só, que começam na parte interna da coluna, na altura da torácica (T12) e da lombar (L5) e terminando na parte interna do alto do fêmur, o osso da coxa. Isso também é um dos motivos para a dificuldade de manter as coxas presas no chão sem ‘hiperlordosiar’ quando em Supta Tadasana, deitado direto no chão com as pernas esticadas.

Tentávamos hoje, depois de uns dias trabalhando para fortalecer o ílio psoas, de soltar e alongá-lo um pouco. Supta Tadasana e Supta Padangustasana I são ótimos para isso, se bem feitos. Por isso, fizemos em duplas, o parceiro segurando a coxa no chão e girando ela para dentro, ajudando o trabalho dos antagonistas do iliopsoas, os hamstrings e glúteos máximos. Entretanto, melhor do que as posturas praticadas hoje são as posturas onde precisamos prestar mais atenção ainda em levar a bacia a uma inclinação para trás (descer o alto das nádegas/levar o cóccix para dentro), tipo extensões da coluna para trás (back bends). Vamos ter que esperar a semana que vem, então, que vem com variações maravilhosas do Virabhadrasana I e Setu Bandha Sarvangasana, exatamente o que precisamos para alongar os nossos psoases!

BKS Iyengar em Paripurna Navasana


terça-feira, 9 de abril de 2013

Life as a pingpong ball. BKS Iyengar.

We are taught nowadays that the miracle of the world’s ecosystem is its balance, a balance which modern man is fast destroying by deforestation, pollution, over-consumption. This is because when man becomes unbalanced, he seeks to change not himself but his environment, in order to create the illusion that he is enjoying health and harmony.
 In winter he overheats his house, in summer he freezes it with air-conditioning. This is not stability but arrogance. Some people take tablets to go to sleep and tablets to wake up. Their life has the rhythm of a pingpong ball. 
 The student of yoga who learns to balance himself internally at every level, physical, emotional and mental, by observation of paksa and pratipaksa, frees himself from this hellish to-ing and fro-ing and lives in harmony with the natural world. Because he is stable, he can adapt to outside changes.
 The flexibility we gain in asana is the living symbol of the suppleness we gain in relation to life’s problems and challenges.

BKS Iyengar, Light on the Yoga Sutras of Patanjali, II.33

and

Central heating, air conditioning, cars that we take out to drive three hundred yards, towns that stay lit up all night, and food imported from around the world out of season are all examples of how we try to circumvent our duty to adapt to nature and instead force nature to adapt to us. In the process, we become both weak and brittle......Ultimately, when all the sheaths of the body and all the parts of a person coordinate together while performing an asana, you experience the cessation of the fluctuations of the mind and also freedom from afflictions.

BKS Iyengar, Light on Life, Chapter 2.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Detox de outono

O Patanjali começa os yoga sutras com

1.1 Os ensinamentos de yoga começam agora
e
1.2 Yoga é a cessação das ondulações da mente

Já é bem conhecido que quanto mais bens nós adquirimos, mais atividade teremos na mente. Cada coisa que o pertence ocupa um lugar na sua mente, além do no espaço físico. Então, muitos yoguis dedicados começam a se livrar dos pertences desnecessários, algúns vão até o extremo e se mudam para algumas cavernas nas Himalayas.... De repente você fez algumas mudanças na sua vida para simplificar, desde que você começou a praticar yoga? Um carro a menos, um apartamento menor, viver sem televisão, sem empregada para limpar sua sujeira.....tudo para ter mais silêncio na tela da sua mente.

 Mas talvez você nunca parou para pensar sobre as toxinas do seu corpo e o espaço que elas ocupam. Sim, é verdade, um corpo intoxicado significa mais vrittis - ondulações - e menos yoga para sua mente. E agora no pleno outono, com mais viruses e gripes chegando, fica ainda mais importante ter uma mente limpa. Mente limpa significa mais saúde. Então, escolha uma semana e faça você mesmo um detox; desacelera - menos horas no trabalho, desligar o celular durante algumas horas do seu dia, dizer não para atividades que você sabe tem conseqüências pesadas; muda sua dieta - sem carnes, sem açúcar e cafeína e sem alimentos processados, coma arroz integral, sopas, grãos e vegetais cozidos ao vapor e toma chá; pratique yoga - posturas que aquecem, torções e posturas restaurativos são os mais indicados e práticas de pranayama e de limpeza tipo jala neti são fundamentais para ajudar o processo de limpeza.

Yoga é a eliminação das ondulações da mente e acontece no momento que se chama agora.

E se você achar que não vai dar conta de fazer um detox por conta própria, venha passar dia 27 no Espaço Nirvana, um dia elaborado para ajudar no processo. Veja a programação completa aqui:


quinta-feira, 4 de abril de 2013

O heroi auspicioso, Virabhadra

Essa semana estamos praticando os asanas dedicados ao Virabhadra (vira = heroi, bhadra = auspicioso) então vou contar a história dele:

O deus Shiva casou-se com a Sati, contra a vontade do pai dela, o Daksha. Para mostrar o seu desgosto pelo casamento, o Daksha, ao organisar um grande festival de sacrificios, convidou todos os deuses, menos o Shiva. A Sati ficou tão aborrecida com o mau gosto do proprio pai, que ela se jogou no fogo, terminando a propria vida. Quando Shiva soube da morte da esposa, ele ficou com tanta raiva, que ele arrancou um fio do proprio cabelo e o jogou no chão. Dalí surgiu o Virabhadra, um guerreiro forte com um exercito aos seus pés. Esse se curva diante do Shiva, perguntando como ele pode servi-lo. O Shiva responde que gostaria de ver Daksha sem cabeça, e todos os convidados do festival mortos ou feridos. Em instantes, o impiedoso Virabhadra tem concedido os pedidos do Shiva, mas quando esse ve o estrago feito, ele pede perdão ao Brahma, o deus criador, e restaura os feridos e da uma cabeça de cabra para substituir a cabeça perdida do Daksha.

A pratica de virabhadrasana nas três variações que nós conhecemos, obviamente não tenta ensinar para nós como tornarmos violentos e sair cortando as cabeças das pessoas que nós deixam humilhados. Ensina como tornarmos impiedosos com nosso próprio ego, e como cortar fora nossas próprias fraquezas. Podemos pensar na nossa natureza "guerreiro espiritual" como desenvolvendo couragem, foco inbalável e determinação para lidar com os momentos desafiadores da vida.

Deixo com vocês uma foto para que se inspirem para amanhã - BKS Iyengar em Virabhadrasana III


quarta-feira, 3 de abril de 2013

O silêncio não pode ser cultivado, não pode ser produzido deliberadamente; não pode ser procurado, pensado, nem meditado. O cultivo deliberado do silêncio é como a fruição de um prazer longamente desejado; o desejo de silenciar a mente é apenas busca de sensação. Um tal silêncio é apenas uma forma de resistência, um isolamento que leva à decomposição. O silêncio que é comprado é produto do mercao, e está rodeado de barulho e atividade. O silêncio vem na ausência do desejo. O desejo é veloz, sutil, e profundo. A memória impede a vinda do silêncio, e a mente que está presa na experiência, não pode ser silenciosa. O tempo, o movimento de ontem que flui para hoje a para amanhã não é silêncio. Com a cessação desse movimento, vem o silêncio, e só então pode despontar na existência aquilo a que se não pode dar nome.

J. Krishnamurti

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Retiro de Iyengar Yoga na Semana Santa em Mauá!



Retiro de Iyengar Yoga & Meditação : Semana Santa no Goa Spa, Visconde de Mauá!

Depois de um Carnaval inesquecível, vamos repetir a dose na Semana Santa!

Venha compartilhar - além de respirar o ar puro das montanhas da região de Visconde de Mauá, andar nas trilhas, conhecer cachoeiras, horta, pomar e roçado orgânicos, deliciar-se nas comidinhas do nosso chef, praticar yoga e meditação, ouvir a sinfonia dos pássaros, energizar-se com as massagens e terapias e descansar muito, recarregando baterias para transformar-se.
Na Semana Santa teremos uma aula de pranayama e meditação toda manhã, e prática de asana ás tardes. Os dias ficam com tempo livre para você aproveitar o silêncio do simples "estar presente". 
Visite o site : www.goaspabrasil.com.br
O pacote da Semana Santa, de 28 a 31 de março é : R$ 1,200.00 (2 pessoas) suites & chalés por 3 noites ou R$ 200 p/dia p/pessoa quarto compartilhado - ou ainda R$ 300 por pessoa em quartos individuais, pacote de R$ 900.00. Incluidos : 3 refeições, sauna finlandesa e piscina natural, Yoga & Meditação.

Fora do Pacote, favor reservar com antecedência :Banho de Ofurô com ervas, flores e óleos essenciais, R$ 80; Massagens (Ayurvédica, Pedras Quentes, Drenagem Linfática, Tarot e Reiki) R$ 120. Para confirmar a reserva por favor deposite a metade do pacote, conta do Goa Pousada Spa, veja no site. Favor confirmar reserva e enviar comprovante por email.
Dulce Continentino
Diretora do Goa Spa
(21) 2521-1603, 5953;
(21) 8498-3001, 8088-0504
(24) 3387-2196

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Retiro é....

Retiro é: mulheres lindas e fortes atravessando pontes



Retiro é: homens flexíveis e fortes se entregando e confiando


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Retiro de Carnaval



Queridos,

venham praticar Iyengar Yoga e meditação comigo na deliciosa Pousada Goa Spa em Visconde de Mauá durante todos ou algúns dos dias do Carnaval. Vejam o convite lindo da Dulce, a dona da pousada e também praticante de Iyengar Yoga:




Benvindos ao Retiro de Carnaval do Goa Spa! 


Venha passar o Carnaval conosco e aproveite para respirar o ar puro da montanha 
da região de Visconde de Mauá, andar nas trilhas, conhecer as cachoeiras, nossa
horta, pomar e roçado orgânicos, deliciar-se nas comidinhas do nosso Chef, praticar
Yoga e Meditação, ouvir a sinfonia dos pássaros e descansar muito, aproveitar as
massagens e terapias, recarregando baterias para voltar renovado para a cidade.

Esse ano vamos contar com as presenças : da professora de Iyengar Yoga 
Priya Serra que vai nos dar aulas de Yoga e Meditação e do nosso "Chef"
Paulo Ceotto na alimentação lacto-vegetariana, e ainda, das terapeutas 
Adriana Gubler nas massagens : drenagem linfática e ayurvédica, "watsu"
terapia com cristais e mesa radiônica e Vanessa Ramos, nas massagens 
pedras quentes, ayurvédica e para quem gostar, na capoeira 

Visite nosso site : www.goaspabrasil.com.br

O pacote de Carnaval, de 8 a 13 de fevereiro é de R$ 1,000.00 por pessoa/5 noites
ou R$ 200 por dia por pessoa em quarto compartilhado - R$ 400 casal ou 2 pessoas
ou ainda R$ 250 por pessoa em quartos individuais

Incluidos no pacote : 3 refeições diárias, com direito à sauna finlandesa e piscina natural.
Yoga e Meditação

Fora do Pacote, favor reservar com antecedência :
Banho de Ofurô com ervas, flores e óleos essenciais, R$ 80
Massagens (Ayurvédica, Pedras Quentes) R$ 120
Cataplasmas de Argila e Linhaça, R$ 40.

Para confirmar a reserva por favor deposite a metade do pacote, 
na conta do Goa Pousada Spa Ltda, veja no nosso site.
Favor confirmar reserva e enviar comprovante por email.

Grande abraço, Dulce

Dulce Continentino
goaspabrasil.dulce@gmail.com
Diretora do Goa Spa
(21) 2521-1603/5953; 
(21) 8498-3001, 8088-0504
(24) 3387-2196